http://files.3minutos.net/ministerio/1-Joao-2-15-29-Vida-Selo-Penhor-Uncao-Mandamentos-Mario-Persona-Valfredo-Pereira.mp3
[Transcrição do áudio]
Mario
Persona:
A
gente vê fotos de guerra, da primeira guerra mundial, da segunda guerra
mundial, o soldado a gente vê nas fotos, eles iam praticamente limpos para
guerra, eles tinham a farda, talvez uma mochila com uma pá pequenininha dentro
da mochila, um cobertor, um saco de dormir e um cantil na cintura e o fuzil.
Mas hoje quando nós vemos a foto da guerra, mal dá para reconhecer que existe
um ser humano debaixo de todo o equipamento que eles colocam no soldado hoje.
Ele tem câmera para filmar onde anda, ele tem dispositivo de visão noturna, ele
grava tudo que ele faz, o rifle dele tem mira a laser, ele tem colete a prova
de balas, ele tem medicamentos para salvar sua vida, caso ele leve um tiro, ele
já tem tudo dentro ali daquele equipamento todo que ele carrega. Ele está cada
vez mais equipado para sobreviver na guerra.
Quando
nós fomos salvos por Cristo, Deus nos deu tudo, tudo que diz respeito a vida e
piedade, e Deus nos deu também uma vida, que não é uma vida natural (nós temos
aquela vida natural, mas nós temos uma vida que veio de Deus, que veio do
alto), uma vida dada por Deus, uma vida que hoje nós temos em Cristo, porque
nós estamos em Cristo, escondidos Nele por assim dizer. É dele que nós temos
todas essas coisas, toda capacidade dessa vida que nós temos vem Dele. E João
vai falar na sua epístola dessa vida, e essa vida ele vai falar desde o
princípio, quando o Senhor Jesus começou a ensinar as coisas aqui, e depois a
sua obra, depois a doutrina que os apóstolos nos trouxeram, ele vai falar aqui
no versículo vinte (1 João 2:20) (depois de falar dos anticristos que
surgiriam) “e voz tendes a unção do Santo e sabeis tudo” lá em 1 coríntios
capítulo dois (1 Coríntios 2:15:16) fala que “nós temos a mente de Cristo
também, e nós discernimos tudo, o homem espiritual discerne tudo e de ninguém é
discernido”. Por que? Porque um incrédulo ele jamais consegue imaginar ou
desvendar o mistério de um crente. Porque um crente age como ele age? Porque
ele faz o que faz? Porque ele fala o que ele fala? O incrédulo não consegue
entender enquanto ele não se converter. Mas o crente ele discerne tudo, nós
podemos abrir lá em 1 Coríntios capítulo 2:9, primeira epístola de Paulo aos
coríntios, ele diz assim, “mas como está escrito as coisas que o olho não viu e
o ouvido não ouviu e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou
para os que o amam”, ele vai falar que Deus revelou isso aos apóstolos através
do Espírito, ele fala da inspiração literal, palavra por palavra, das
escrituras.
Mais
à frente ele vai dizer que o homem natural, no versículo 14 (1 Coríntios 2:14),
“não compreende as coisas do Espirito de Deus, porque lhe parecem loucura, e
não podem entendê-las porque elas se discernem espiritualmente, mas o que é
espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem
conheceu a mente do Senhor para que possa instrui-lo? Mas nós temos a mente de
Cristo”. Ele fala aqui de três coisas, UMA, ele fala do homem natural (que não
pode compreender as coisas do Espírito de Deus), ele fala do homem espiritual.
E no capítulo três ele vai falar do homem carnal (que é um crente, mas que anda
na carne).
Então
nós temos três situações, um homem que não têm o Espirito (não entende absolutamente
nada das coisas de Deus). Um homem que tem o Espirito (anda em comunhão com
Deus e discerne bem todas as coisas), porque ele tem uma nova vida agora também
em si. E um homem que tem o Espírito Santo de Deus (porém não está em comunhão
com Deus), ele então não vai conseguir ter discernimento completo. É como se o
discernimento dele estivesse embotado pelos sentidos carnais. É como uma
transmissão de rádio que você recebe nitidamente, e de repente entra algum
aparelho, ligam o liquidificador (que é louco para fazer isso) e entra aquele
chiado, aquela estática na música e fica muito difícil você compreender o que
estão dizendo na estação de rádio. Por que? Entrou um ruído, que não é o ruído
natural daquela estação, e nem do aparelho de rádio, é um ruído externo. E
assim é o ruído que a nossa carne produz na nossa vida, e nos faz perder
comunhão com Deus. Mas aqui no nosso capítulo de 1 João 2, ele vai falar que
“nós já temos a unção do Santo e por isso sabeis tudo”.
E
o que significa esse “sabeis tudo”? Têm haver com os versículos anteriores, que
ele falou do anticristo. O anticristo ele sempre vai negar, UMA, para os judeus
ele vai negar que Jesus é o messias. DUAS, para o cristão ele vai negar a
relação que tem Jesus com o Pai, o Senhor Jesus com o Pai, de Pai e Filho, mas
filho no sentido de filho divino, o filho eterno de Deus. Então ele vai negar
que Cristo é Deus. Então, para o judeu, o anticristo vai negar que Cristo é o
messias, que Jesus é o messias. E para o cristão, ele vai negar que Jesus seja Deus,
um com o Pai (que é o versículo 23 “qualquer que nega o filho também não tem o
pai, aquele que confessa o filho tem também o pai”). Então o crente ele tem
agora discernimento para detectar imediatamente isso aí. O que essa pessoa está
falando de Cristo? Ele é Deus? “Ah não é que ele…” então esquece! Não tenho
nada a ver com isso, e foge logo!
Agora
ele vai falar, ele vai continuar falando dessa vida que nós temos, no versículo
24 (1 João 2:24) ele fala mais um pouco dessa questão, do reconhecimento da divindade
de Cristo. Quando ele fala “se em voz permanecer o que desde o princípio
ouvistes, também permanecereis no filho e no pai”, igualmente no filho e no
pai, por causa da natureza divina que tem o filho. “E essa é a promessa que ele
nos fez a vida eterna” (1 João 2:25). E aí ele vai falar porque está escrevendo
isso, por causa daqueles que queriam enganá-los. E mais à frente no versículo
27, tendes a unção, “mas como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é
verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permaneceis”.
Então ele termina aqui essa sessão, vamos dizer, da sua carta, deixando muito
claro que o crente está completamente equipado como um soldado das guerras
modernas, para detectar o inimigo, para enxergar o inimigo, para escutar o
inimigo, para ter o inimigo no seu radar e para sobreviver aos combates que o
inimigo vai fazer aqui nessa vida.
E
aí ele termina no versículo 28 “e agora filhinhos permaneceis nele para quando
Ele se manifestar tenhamos confiança e não sejamos confundidos por Ele na sua
vinda” e é maravilhoso nos vermos sempre que o apóstolo fala dessa vida nova, é
sempre importante nós entendermos que essa vida nova, nós temos em Cristo.
Portanto não existe uma expectativa melhor, nem mais importante para o cristão,
do que a vinda do Senhor, e por isso ele encaixa aqui a vinda do Senhor.
Esperar ELE, quando ELE se manifestar, tenhamos confiança, porque essa é a
esperança do crente, essa é a certeza do crente. Nós vivemos aqui esperando o
que? Que vai mudar o governo? Que vai melhorar a política? Que o mundo vai ter
paz e amor? Que vai ser todo mundo feliz? Não! Nós esperamos o Senhor vir nos
buscar, e enquanto estamos aqui, andarmos na novidade de vida, que Ele nos deu.
E
aí ele vai no versículo 29 (1 João 2:29), vai abrir praticamente o que vem no
capítulo 3 “se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a
justiça é nascido dele”. Ele vai dar mais detalhes agora desse novo nascimento
que nós temos, dessa nova natureza, que inclusive não peca. Existem algumas traduções
(lá em 1 João 5:18), algumas traduções falam assim “aquele que é nascido de
Deus não vive pecando”, ou “não vive em pecado”. Não é correta a tradução, eu
creio que a tradução correta é esta que está na versão Almeida Revista e
Corrigida que diz “aquele que é nascido de Deus não peca”. Porque é impossível
pecar! A nova natureza que nós temos de Deus é impossível que ela peque, nós
pecamos quando a velha natureza em nós (que deveria estar sendo considerada
morta) coloca suas asinhas de fora, e nós permitimos isso.
O
crente peca quando ele quer pecar, o crente não peca de “raspão”, não peca por
acidente, o cristão ele peca quando ele quer pecar, ele abre a guarda e ele
peca. Porque a vida que nós temos, nós temos tudo que concerne a vida e a piedade,
em uma outra passagem fala que “nós nunca somos tentados acima daquilo que nós
poderíamos suportar” (1 Coríntios 10:13), então quando nós não suportamos, por que
foi? Foi porque nós quisemos não suportar. Ou porque nós criamos uma cultura
até em nós mesmos de ser assim, tipo, por exemplo, “ah esse é o meu gênio”, “eu
sou assim”, “eu estouro mesmo”, “eu falo o que vem na cabeça”. E isso o que é?
É a carne! “Eu falo o que vem na cabeça”, não! Não posso falar o que vem na
cabeça! Eu agora tenho uma vida nova, eu devo andar como ELE andou, devo falar
como ELE falou. Então não posso falar o que vem na cabeça simplesmente, e não
posso usar isso como desculpa, para que meu velho homem se manifeste. “Se
sabeis que ele é justo sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido
dele” (1 João 2:29).
Valfredo
Pereira:
Um
pouco mais desse versículo 20, sobre a unção, podemos ler um versículo em
Efésios capítulo 1:13 “em quem também em vos estais depois que ouvistes a
palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido,
fostes selados com o Espirito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa
herança, para redenção da possessão de Deus para louvor da sua glória”. Um
crente quando ele crê no evangelho da sua salvação, ele recebe o Espírito Santo
e é comunicado ao crente essas três coisas: o selo, o penhor, e a unção (como
nós estamos vendo no capítulo 2 de 1 João). Então estas três coisas são
distintas, crendo no evangelho da nossa salvação nós somos selados, e isso nos
faz lembrar como uma carta, quando ela está pronta para ser enviada ao seu
destino, ela é selada, a última coisa que se faz é selar. Então ali está uma
garantia de que ela será endereçada para o seu destino. Assim quando nós cremos
em Cristo, o crente, ele recebe o Espírito Santo e com ele esse selo, o destino
desse crente é o céu, então ninguém vai poder desviar o destino desse crente,
ele vai para o céu. Somos selados e endereçados já para o céu e ninguém pode
mudar isso.
Depois
nós temos o penhor, o penhor é a garantia de que nós estamos salvos. O penhor é
aquilo que Deus nos dá, para que, quando ELE vier, e vier seu filho para então
o arrebatamento da igreja (esse penhor está em nós, nós como que devolveríamos
a Deus aquilo que está em nós) não vamos devolver no sentido de que vai sair de
nós, porque nós somos selados com o Espírito Santo para sempre. Mesmo quando
nós formos arrebatados o Espirito Santo não sai de nós, ele foi dado ao crente
como esse penhor, e é para sempre isso. O Espirito Santo habita em nós e nunca
vai sair de nós. E depois temos a unção, que nos ensina todas as coisas, é uma
coisa distinta também, quando esse crente recebe o Espirito Santo, além do
selo, do penhor, ele também recebe a unção, que sabe todas as coisas. Daí
alguém pode pensar, “mas então eu sei tudo”. Porque que existe na palavra de
Deus, por exemplo mestres, aqueles que ensinam? Se eu sei tudo? Não precisaria
(mas não é nesse sentido), ele está em nós, e nos dá essa capacidade de
discernir tudo. Então essa unção é a capacidade que o crente tem, que desde o
primeiro momento que ele recebeu pela fé essa unção, ele sabe detectar as
coisas, principalmente as coisas fundamentais do cristianismo.
O
irmão já citou, se alguém vem falar “Cristo não é Deus”, por exemplo, o crente
embora as vezes não saiba nem responder, ele não sabe nem como responder
aqueles que falam tal coisa para eles, ou perguntam coisas difíceis. Quantas
vezes irmãos, nós somos assim surpreendidos com algumas perguntas que nós nunca
nem pensamos, ou não sabemos, não temos certeza. Mas a unção está em nós, e ela
nos faz detectar pelo menos aquilo que nós não devemos crer. Então se alguém
vem com uma ideia de que “Cristo não é Deus”, com todo sentido da palavra, pela
unção aquilo não bate dentro de nós, nós não conseguimos talvez explicar, mas
nós sabemos que aquilo não é a verdade.
Então
essas três coisas vêm para o crente, quando ele crê no evangelho da sua
salvação, e ele recebe então esse Espirito Santo, como um selo, como um penhor,
e como essa unção, de dar ao crente e de saber todas as coisas, embora conscientemente
(talvez ele nem saiba ainda), mas ele já tem a unção e aos poucos ele vai
entendendo, essa unção já está nele, tá com tudo o que ele precisa. Mas ele
ainda conscientemente nos seus pensamentos, na sua consciência, ele ainda não
saiba discernir, ou melhor, esquadrinhar todas as coisas, mas ele já tem isso
nele. E quando alguém fala uma palavra que realmente enaltece a Cristo, “Ahhh”
ele se regozija com aquilo. Uma palavra, um versículo que as vezes ele não leu,
não entendeu, e passou um tempo, ele não compreendia aquilo, e de repente um
irmão, falando, conversando, ou numa reunião, ou até particularmente,
conversando, vem à tona aquele versículo e aquilo traz um gozo para ele, por que?
A unção está nele, e ele responde a verdade. Então essas três coisas são
distintas, mas são muito preciosas para o crente, que por graça ele recebe,
quando recebe o Espirito Santo, por crer no evangelho da sua salvação.
Sobre
o versículo 22 (1 João 2:22), nós temos aqui o princípio da apostasia, e
logicamente, hoje, esse espírito já opera no mundo, nós vimos em 1
tessalonicenses, 2 tessalonicenses também, mas nós vemos que o versículo 22
“quem é o mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo
esse mesmo que nega o Pai e o Filho”. Hoje nós temos esse espírito já
manifestado, do anticristo, mas nós não temos ele em pessoa, o anticristo, que
vai se manifestar. Então ele nega, primeiro (o irmão até falou eu vou repetir),
aquele que nega que Jesus é o Cristo, essa é a apostasia judaica. O anticristo,
esse homem da iniquidade (que vai se manifestar na grande tribulação), ele nega
que Jesus é o Cristo, ele procura por todos os meios e sinais, afastar o
remanescente dos judeus, que viverá naqueles dias da grande tribulação (isso é
futuro). Ele vai negar que Jesus é o Cristo, isso é referente aos judeus. E o
final do versículo, “é o anticristo esse mesmo que nega o pai e o filho”, vai
negar também o fundamento do cristianismo. Isso aqui é uma apostasia cristã,
que também terá o seu lugar na grande tribulação.
Não
só os judeus estarão apostatados, afastados, completamente da sua fé judaica,
do seu próprio Messias (como eles negaram e crucificaram), eles ainda vão
também negar, que Jesus é o Cristo. Aquele Jesus que eles negaram, vão negar
completamente que Ele é o Cristo. Hoje, eu repito, existe um espírito disso,
mesmo entre os judeus. Mas naqueles dias será o próprio anticristo em pessoa
aqui, trabalhando com sinais, prodígios da mentira, para que seja afastado
completamente o pensamento, o ensino são, de que Jesus é o Cristo (essa é uma
apostasia judaica). E negam também o Pai e o Filho, essa é uma revelação do
novo testamento, ou seja, uma revelação cristã.
Os
cristãos também (naqueles dias), eles vão negar completamente o Pai e o Filho,
e esse Filho é o Filho eterno de Deus, um com o Pai, e nós sabemos também do
Espirito Santo, essa trindade, que é a verdade revelada no cristianismo, isso
será negado completamente. Mas não como é negado hoje, de uma forma “não tão
incisiva” (como será naqueles dias), hoje nega-se também o filho de Deus, mas é
uma forma menos “agressiva” do que será naqueles dias, hoje essa negação ela
está em todos os lugares, até religiões e tudo, (filosoficamente muito negado
isso), mas ainda há o pensamento, há a pregação, a verdade está aqui ainda.
Quando
o Espirito Santo sair daqui da terra, então essa verdade do cristianismo, do
Pai revelado, e do Filho, e do Espírito Santo, isso será negado categoricamente
e geralmente. Então os poucos judeus que estarão pregando o evangelho do reino,
nesses dias futuros, essa pregação, essa verdade estará de uma maneira muito
pequena no mundo, mas o Senhor vai cumprir os seus propósitos também, e
acrescentar muitos que serão salvos, e entrarão no reino de Cristo (no
milênio). Hoje, é uma coisa que está aí no mundo, mas ainda não é o que
realmente há de se manifestar esse anticristo, esse homem da iniquidade,
fomentando essa apostasia, de uma forma como nunca antes foi fomentada.
Mario
Persona:
Evangelho
de João capítulo 14:21 “aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é
o que me ama, e aquele que me ama será amado de meu pai e eu o amarei e me
manifestarei a ele”. É interessante nós entendermos que quando a palavra de
Deus fala mandamentos, nós precisamos sempre enxergar o contexto. A lei tinha
os mandamentos (a lei dada a Moisés), os mandamentos que foram dados por Deus,
em cima de um monte fumegante, com raios e trovões, e todo aquele sonido de
trombetas e barulho terrível, as pessoas não se arriscavam nem a chegar perto
do monte, onde Moisés tinha subido para receber a lei (os mandamentos dados por
Deus para homem no seu estado natural, na terra).
Mas
quando nós lemos os mandamentos do Senhor Jesus, nós temos que entender que o
caráter é outro. Esses mandamentos que o Senhor Jesus deu, não foi de cima de
um monte fumegante, com a terra tremendo e aterrorizando todos, não! E é esse o
caráter também (porque joão vai falar muito dos mandamentos do Senhor Jesus),
ele não está falando aqui da lei, ele não está falando dos preceitos legais, da
cerimonia, ele está falando dos mandamentos que o Senhor Jesus deu.
E
o Senhor Jesus deu mandamentos, tanto no tempo em que ele esteve aqui na terra,
como também por intermédio dos seus apóstolos. Por exemplo, Paulo quando ele
fala “recebi do Senhor o que também vos ensinei, que na noite em que foi
traído…” e ai ele descreve um mandamento que ele recebeu do Senhor, uma
ordenança nesse caso, que era de celebração da ceia do Senhor. Então quando nós
vamos aqui em 1 João 2:1, é interessante nós vermos que o tom, ele é
completamente diferente daquele tom do antigo testamento. Ele chama de
filhinhos, ele fala filhinhos, no versículo 28 ele fala “e agora filhinhos
permanecei nele”.
Ele
vai começar o capítulo três dizendo assim “vede quão grande amor (ou caridade)
nos tem concedido o Pai, que fossemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo
não nos conhece; porque o não conhece a Ele. Amados, agora somos filhos de
Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando
Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é nós o
veremos”. Essa forma de se expressar, mostra uma mudança radical (na maneira
como Deus trata com os que são seus), com aqueles que já lhe pertencem, como
“filhinhos”, falando de amor. Na verdade, as vezes a gente não gosta muito
dessa tradução bíblica, do João Ferreira de Almeida (na versão corrigida), e
nós as vezes até trocamos na hora de ler, “vede quão grande…”, aí tá escrito
caridade aqui, e ai eu falo “vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, etc…”.
Mas na realidade é caridade mesmo, que o amor de Deus para com o homem é um
amor “caritativo” (não sei se dá para falar assim), mas é o amor daquele que
dá, para quem não tem nada.
Esse
é o amor de Deus para conosco, nós não tínhamos nada para oferecer a Deus. Não
era apenas um sentimento para conosco, o amor de Deus, a caridade de Deus, é um
amor que deu, deu o que Ele tinha de mais precioso, o seu próprio filho, para
morrer por nós na cruz. Então esse é o amor realmente de Deus. E quando somos
exortados a guardar os mandamentos do Senhor Jesus, “aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda, esse é o que me ama”, nós estamos respondendo a esse
amor, correspondendo a esse amor. Não é uma obrigação, não é uma coisa “ahhh,
se você não fizer isso você vai apanhar, você vai para o fogo eterno, você
vai…” não! Nós estamos correspondendo a um amor, que é tão grande que nós não
merecíamos.
E
agora o que Ele nos pede? Para cumprirmos a sua vontade, para andarmos do jeito
que Ele gosta que a gente ande, isso ai é guardar os mandamentos do Senhor. Nós
vamos ver mais aqui, nessa primeira epístola de João, no versículo 2 no
capitulo 3 ele fala que “agora somos filhos de Deus”, porque agora somos filhos
de Deus? Nós não éramos antes? “Ué! mas todo mundo é filho de Deus, eu também
sou filho de Deus”, quantas vezes nós escutamos isso todos os dias, “eu também
sou filho de Deus” Será? Porque em João no capítulo 1 fala assim que “a todos
quantos o receberam (receberam a Cristo), deu-lhes o poder de se tornarem
filhos de Deus, a saber aos que creem no Seu nome”. Então existe uma distinção
entre aqueles que são “criaturas” de Deus e aqueles que são “filhos” de Deus.
Por isso que ele se dirige aos filhos aqui, aos crentes, aos que são de Cristo,
como “agora somos filhos de Deus”, agora, porque não éramos antes.
O
que éramos antes? Efésios 2 “andávamos segundo a vontade da nossa carne,
fazendo a vontade dos pensamentos e éramos por natureza filhos da ira”, na
nossa certidão de nascimento natural, estava escrito assim: “Mario”, pai e mãe,
“ira”, era essa a certidão de nascimento que eu tinha antes da minha conversão.
Hoje está escrito: Mario filho de Deus (estou dando um exemplo). Todo aquele
que crê, tem na sua certidão de “novo nascimento”, que ele é filho de Deus.
Olha que grande “caridade” nos têm concedido o Pai, que fossemos chamados
filhos de Deus. Por isso o mundo nos não conhece, porque o não conhece a Ele.
“Amados,
agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas
sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim
como é, nós o veremos”. Nós teremos a semelhança (não apenas a semelhança
moral, que nós temos na nova vida, que nós temos agora, porque ela vem de Deus,
mas nós seremos semelhantes a Ele) moral e fisicamente. Como assim? Nós teremos
um corpo no céu, um corpo de carne e ossos, como o Senhor Jesus neste exato
momento está nos céus, num corpo de carne e ossos. Porque Ele ressuscitou de
forma tangível, é interessante que muitos cristãos não creem nisso. Heim?! É bom
alertar porque muitos cristãos acham que a ressurreição, Cristo simplesmente
reapareceu para os discípulos numa forma espiritual, numa forma etérea, numa
coisa assim meio transparente, translucida, não!. Ele ressuscitou num corpo de
carne e ossos, Ele fala “vede que o espírito não tem carne e ossos como eu
tenho” (Lucas 24:39), ele fala para os discípulos, essa é uma verdade também
cardeal, fundamental do cristianismo. Sem Cristo, Deus e homem, e sem Cristo
ressuscitado como um homem de carne e ossos na glória, não há cristianismo.
Então
essa é a esperança que nós temos agora, no versículo três (1 João 3:3) “e
qualquer que nele tem essa esperança, purifica-se a si mesmo, como Ele é puro”
o que é isso? Aplicarmos a nossa vida prática, aquilo que nós já temos em
Cristo, nessa nova vida agora, nessa nova natureza que nós temos em Cristo.